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bicampeão Torneio Rio-São Paulo 1953 e 1954., Estádio Barão de Serra Negra, Gatão do Corinthians, Vicente Naval Filho
o artigo de hoje é uma homenagem aos esportistas da cidade de Piracicaba e aos familiares do craque Gatão; bem como os acervos fotográficos, escritores, livros, publicações e sites que mantém viva a memória dos clubes e dos grandes jogadores do interior paulista.
Filho de Vicente Naval e Antônia Zilio Naval, Vicente Naval Filho – que anos mais tarde ficou conhecido como “Gatão” – nasceu na cidade de Piracicaba (SP), em 10 de maio de 1928.
O pai de Gatão era um conceituado comerciante dono da “Casa Naval”, um famoso estabelecimento de secos e molhados que ficava na Rua Moraes Barros, bem em frente ao hoje Estádio Barão de Serra Negra.
Ainda na condição de esportista amador, seu primeiro clube foi o Palmeiras de Piracicaba em 1944, uma agremiação que na época disputava o badalado e competitivo campeonato da Liga Piracicabana de futebol.
Naquele certame da Liga Piracicabana, o meia-atacante Gatão apresentou um ótimo rendimento, o suficiente para ser encaminhado nos últimos meses de 1945 ao Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba.
Exatamente no dia 31 de dezembro de 1945, o rapazola Gatão assinou o seu primeiro compromisso formal com os dirigentes do XV de Piracicaba.
E foi no gramado do antigo Estádio da Rua Regente Feijó, que Gatão despontou fazendo parte de linhas ofensivas de respeito; ao lado de companheiros como De Maria, Picolino, Rabeca e Sato.
Bicampeão do interior nas edições de 1947 e 1948, o mesmo ano em que o XV de Piracicaba conquistou o acesso para o “grupo especial” diante do Linense no Parque Antártica. Nesse confronto decisivo, Gatão marcou 2 gols na expressiva vitória por 5×1.
Em 1949, o respeitado time zebrado do XV de Piracicaba continuou em alta e faturou também o importante Torneio Início do campeonato paulista.
Conforme publicado pelo site historiasdoxv.com, o nome de Gatão foi lembrado no selecionado paulista para o jogo de inauguração do Estádio do Maracanã em 1950, embora não tenha entrado em campo para enfrentar os cariocas.
Depois da conquista do título paulista de 1951, o Corinthians foi em busca de reforços para os compromissos do ano seguinte. Assim, no mês de fevereiro de 1952, Gatão acertou suas bases contratuais e foi apresentado aos torcedores no Parque São Jorge.
Sua última partida pelo XV de Piracicaba aconteceu em 14 de fevereiro de 1952, no encontro amistoso diante do Guarani em Campinas.
Em sua primeira temporada defendendo a camisa do Corinthians, Gatão fez parte do equilibrado elenco que foi bicampeão paulista de 1952, além de participar da memorável excursão realizada pelos gramados da Europa.
Após uma exaustiva viagem, o cansado Corinthians fez sua primeira partida na Turquia e foi derrotado pelo Besiktas por 1×0. Depois foram 12 vitórias e 3 empates, com o goleiro Gylmar fechando o gol.
Atuando pela meia-esquerda ou ainda como ponteiro-esquerdo, Gatão foi um elemento determinante na conquista do campeonato paulista de 1954 e no bicampeonato do Torneio Rio-São Paulo, em 1953 e 1954.
Sem conseguir manter seu lugar como titular absoluto, Gatão enfrentou forte concorrência, tanto na meia-cancha como na ponta-esquerda.
Com um bom elenco nas mãos, o técnico Oswaldo Brandão continuava movendo suas peças, sem abrir mão do bom futebol de Nonô, Rafael Chiarella e Simão.
Gatão encerrou seu vínculo contratual com o Corinthians no mês de abril de 1955. Ao todo foram 79 partidas com 18 gols marcados.
No mês de maio do mesmo ano, Gatão firmou compromisso com a Associação Atlética Ponte Preta (SP), mas não permaneceu por muito tempo na cidade de Campinas. Com atuações consideradas apenas regulares, o jogador acertou seu pronto retorno ao mesmo XV de Piracicaba.
E como que por encanto, talvez pelo clima ou pela pureza das águas do Rio Piracicaba, Gatão voltou para sua terra natal jogando o fino da bola e fazendo muitos gols.
Permaneceu nas fileiras do “Nho Quim” até 1961, quando encerrou a carreira como jogador profissional. Seus números pelo XV de Piracicaba apontam 423 jogos disputados com 212 gols marcados.
Gatão continuou ligado ao mundo do futebol trabalhando como treinador até o ano de 1986. Além de comandar o próprio XV de Piracicaba, Gatão orientou várias equipes do interior paulista:
– Ferroviária de Botucatu, Internacional de Limeira, Paulista de Jundiaí, União Barbarense e Velo Clube.
Seu filho, mais conhecido como “Gatãozinho”, também passou pelas equipes de base do Sport Club Corinthians Paulista. Posteriormente, também fez sucesso jogando no Juventus e no São Bento de Sorocaba.
Vicente Naval Filho faleceu na cidade de Piracicaba (SP), em 2 de março de 1995.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista A Gazeta Esportiva Ilustrada (por Alcides Torres), revista do Corinthians, revista do Esporte, revista Esporte Ilustrado, revista O Globo Sportivo, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal Mundo Esportivo, acervoshistoricos.blogspot.com.br, acervo Rocha Netto, campeoesdofutebol.com.br, corinthians.com.br, gazetaesportiva.net, historiasdoxv.com, pontepreta.com.br, site do Milton Neves (por Marcos Júnior), Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte, Livro: Gatão – Do XV ao Corinthians – Adolpho Queiroz e Pedro Sakr com fotos de Carlos Cantarelli – Instituto Histórico e Geográfico Piracicaba, Livro: XV de Piracicaba 100 Anos – Destemino e Valente, albumefigurinhas.no.comunidades.net.
Pedro Luiz Boscato disse:
Gatão muito bom jogador, sabia jogar, assim não fosse não seria contratado pelo Corinthians naquela época. Curioso, pelas fotos, a diferença como como ele se apresentava no início de carreira e depois já quando no Corinthians. As fotos bem mostram, no início jogava com a camisa dentro do calção e as meias erguidas. Já no Corinthians, onde garotinho cheguei vê-lo jogar, a camisa sempre fora do calção e as meias abaixadas, disso se aproveitando os torcedores adversários, se bem que não todos, para o chamarem de relaxado. Mas, na realidade, o que valia, óbvio, eram as atuações e, inclusive, proibição, quanto a jogar com camisa fora do calção e meias abaixadas, também não tinha.