Colaborou Pedro Luiz Boscato.
Não importa o período ou o tipo de circunstância envolvida. Não importa se este ou aquele jogador é um grande ídolo ou um mero coadjuvante!
Para os torcedores de Corinthians e Palmeiras, jogador que se preza não deve vestir a camisa do maior rival. Mas, para Nardo, o impacto dessa transferência foi amenizado por uma passagem pelo futebol italiano, antes de voltar ao Brasil para defender o Palmeiras.
Mais conhecido como Nardo, Leonardo Colella nasceu no tradicional bairro do Brás, na capital paulista, em 13 de setembro de 1930.
Iniciou sua trajetória no futebol ainda menino, nas categorias amadoras do Sport Club Corinthians Paulista. Campeão juvenil em 1948, Nardo foi promovido ao time de Aspirantes em 1949, mesmo ano em que também foi aproveitado no time principal.
Utilizado em algumas oportunidades pela meia-esquerda, o centroavante Nardo faturou seus primeiros títulos no Torneio Rio-São Paulo de 1950 e no bicampeonato paulista de 1951 e 1952.
Ainda em 1952, Nardo participou da excursão do Corinthians aos gramados da Dinamarca, Finlândia, Suécia e Turquia.
Após uma viagem exaustiva, o cansado Corinthians fez sua primeira na Turquia e foi derrotado pelo Besiktas por 1×0. Depois, foram 12 vitórias e 3 empates.
Emprestado ao Comercial Futebol Clube da Capital paulista em 1952, Nardo fez boas apresentações e ganhou experiência suficiente para seu pronto retorno ao Corinthians.
Também participou do elenco que conquistou o bicampeonato do Torneio Rio São Paulo em 1953 e 1954, além do histórico campeonato paulista do IV Centenário.
Mesmo com triunfos importantes pelo Corinthians, Nardo sempre amargou o banco de reservas. Na campanha do título do IV Centenário, seu futebol foi utilizado pelo técnico Brandão apenas no segundo turno, na derrota para o Santos por 4×1 na Vila Belmiro.
Em 1955 representantes da Juventus da Itália estiveram em São Paulo com o objetivo de contratar o atacante Gino Orlando do São Paulo.
Em razão da demora no acordo com os cartolas do time do Morumbi, os italianos se cansaram da espera e contrataram Nardo, que por 22 milhões de liras deixou o futebol brasileiro.
Ao todo, o atacante disputou 107 partidas com 73 vitórias, 13 empates, 21 derrotas e 36 gols marcados. Os números fazem parte do Almanaque do Corinthians, do autor Celso Dario Unzelte.
Apesar de bons momentos na “La Vecchia Signora”, Nardo não permaneceu por muito tempo em Turim. Em 1956, o jogador manifestou seu desejo de voltar ao futebol brasileiro.
Então, o Palmeiras foi mais feliz na proposta pelos direitos do atacante. Em suas primeiras temporadas no Palmeiras, Nardo brigou muito por um lugar entre os titulares.
Com Mazzola também negociado com o futebol italiano, Nardo foi aos poucos encontrando seu lugar no time.
Seu primeiro grande momento no Palmeiras aconteceu na conquista do Super-Campeonato Paulista de 1959 diante do poderoso time do Santos.
Campeão da Taça Brasil de 1960, Nardo participou ainda da Taça Libertadores de 1961, quando o Palmeiras ficou com o vice campeonato diante do Peñarol. Foi de Nardo o gol do empate por 1×1 no jogo de volta disputado no Pacaembu.
Jogando pelo alviverde foram 160 partidas; com 91 vitórias, 33 empates, 36 derrotas e 57 gols anotados. Os números foram publicados pelo Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.
Depois do Palmeiras, Nardo foi contratado pela Associação Portuguesa de Desportos. Pela Lusa foram 48 compromissos disputados com 18 gols marcados entre 1961 e 1962.
(*) Algumas fontes registram ainda uma passagem pela Associação Atlética Ponte Preta em 1963, antes de encerrar a carreira de forma definitiva.
Fora dos gramados, Nardo foi proprietário de uma fábrica de baterias para veículos no bairro da Vila Guilherme, na Zona Norte de São Paulo.
Conforme publicado pelo site do Milton Neves, Nardo viveu seus últimos anos como aposentado no bairro da Vila Monumento, onde também trabalhou como representante comercial.
Leonardo Colella faleceu na cidade de São Paulo (SP), em 25 de novembro de 2010.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Carlos Maranhão e José Maria de Aquino), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Corinthians, revista do Esporte, revista Esporte Ilustrado, revista Manchete, revista Mundo Ilustrado, revista O Cruzeiro, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal Mundo Esportivo, americomurolo.esp.br, campeoesdofutebol.com.br, ftt-futeboldetodosostempos.blogspot.com (por Maurício Sabará Markiewicz), palmeiras.com.br, Pedro Luiz Boscato, portuguesa.com.br, site do Milton Neves (por Rogério Micheletti), Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte, Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.