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Pedro Simão Aquino de Araújo, que fez muito sucesso no futebol paulista jogando pelo Corinthians e pela Portuguesa de Desportos, nasceu no dia 16 de março de 1924, na cidade de Recife (PE).
Simão iniciou sua carreira em 1941, nas equipes amadoras do Sport Club do Recife. Pouco depois, em 1943, assinou seu primeiro compromisso profissional.
Jogando pelo “Leão da Ilha”, Simão ganhou reconhecimento conquistando o campeonato pernambucano de 1943 e o Torneio Início de 1945.
Nos primeiros dias de 1946, o ponteiro esquerdo chegou em São Paulo para jogar pela Associação Portuguesa de Desportos.
De acordo com matéria divulgada pelo sitedalusa.com, destaco abaixo parte do trecho publicado no “Diário de Pernambuco”, por ocasião da conclusão na negociação de Simão com os dirigentes da Portuguesa de Desportos:
– Somente ontem, nos salões do Palace Hotel, o extrema-esquerda Simão assinou contrato com a Associação Portuguesa de Desportos, de São Paulo.
– Depois de assinar o documento, Simão falou ao representante do Diário de Pernambuco:
– “Deixo Pernambuco saudosamente. Espero tirar do futebol um meio de sustento para minha família. Tenho sete irmãos menores e meu pai ganha pouco“.
Seu primeiro grande momento pela Portuguesa aconteceu na conquista do Torneio Início do campeonato paulista de 1947. Com o cartaz em alta, seu passe foi pretendido pelo Bangu e pelo Vasco da Gama, mas o negócio não vingou.
Apesar do bom futebol apresentado, Simão era o tipo de jogador que causava muitos problemas com suas atitudes impulsivas.
Conforme artigo assinado pelo colunista Wilson Brasil no Jornal Mundo Esportivo, edição de 7 de abril de 1950, em certa ocasião Simão colocou na cabeça que tinha que visitar os familiares em Pernambuco.
Ao lado da esposa, tomou o avião e não avisou nada aos diretores da Portuguesa. Foi o bastante para se complicar muito em seu retorno ao clube.
Além da bronca, Simão foi multado em seus vencimentos e ficou por um bom tempo afastado do elenco.
Habilidoso, Simão envolvia seus marcadores sempre com inteligência, além de contar com um poderoso arremate nas cobranças de falta. Tais qualidades o levaram ao escrete nacional que conquistou o campeonato Sul-Americano de 1949.
O selecionado de 1949 serviu como base para o grupo que disputou o mundial de 1950. No entanto, Simão não foi convocado pelo técnico Flávio Costa para defender o Brasil na Copa do Mundo.
Conforme registros do livro “Seleção Brasileira 90 Anos”, dos autores Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, Simão realizou ao todo 7 partidas pela seleção com 6 vitórias, 1 derrota e 5 gols marcados.
Simão fez parte de uma das melhores formações da história da Portuguesa de Desportos, que contava com valores como Pinga, Nininho, Brandãozinho, Renato e Julinho Botelho.
Naquele período, a Lusa faturou o Torneio San Izidro em 1951 e o disputado Torneio Rio-São Paulo de 1952, além da grande representatividade obtida na excursão internacional coroada com a “Fita Azul”, também em 1951.
Em 1953 Simão passou rapidamente pelo Club de Regatas Vasco da Gama e depois voltou para o futebol paulista.
Chegou ao Parque São Jorge contando com 29 anos de idade e com boas credenciais para ocupar uma posição de titular.
Na campanha do título do Quarto Centenário de 1954, Simão revezou em algumas partidas com os companheiros Gatão, Nonô e até Carbone, que tinha perdido sua condição de titular pela meia cancha.
Foram grandes apresentações pelo Corinthians. De seus pés saíram muitos cruzamentos que encontraram o “Cabecinha de Ouro” Baltazar. Sua experiência contribuiu bastante no amadurecimento do jovem meio campista Rafael Chiarella Neto.
Simão, que com o passar do tempo domesticou o próprio temperamento, procurava acalmar Luizinho Trochillo em suas explosões emotivas, evitando assim que o “Pequeno Polegar” fosse para o chuveiro mais cedo em várias ocasiões.
Além do título paulista de 1954, Simão também foi campeão do Torneio Rio-São Paulo naquela temporada.
Pelo Corinthians, Simão disputou 86 partidas entre 1953 e 1955. Foram 48 vitórias, 20 empates, 18 derrotas e 18 gols marcados. Os números foram publicados pelo Almanaque do Corinthians, do autor Celso Dario Unzelte.
Após sua proveitosa passagem pelo Corinthians, Simão assinou com o Esporte Clube São Bento de Sorocaba em 1955, onde permaneceu por pouco tempo antes de retornar novamente para a Portuguesa em 1956.
Somando 229 partidas com 47 gols marcados, Simão continuou na Lusa até 1957. Jogou ainda pelo Vila Santista da cidade de Santos, onde também deixou o futebol.
Pedro Simão Aquino de Araújo faleceu em data desconhecida, na cidade de São Caetano do Sul (SP).
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista do Corinthians, revista do Esporte, revista do Globo, revista Esporte Ilustrado, revista Manchete Esportiva, revista O Globo Sportivo, Diário de Pernambuco, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal Mundo Esportivo (por Wilson Brasil), Arquivo Público do Estado de São Paulo – Memória Pública – Jornal Última Hora, associacaoportuguesadesportos.blogspot.com.br, campeoesdofutebol.com.br, carlospizzatto.blogspot.com.br, museudosesportes.blogspot.com.br, sitedalusa.com, site do Milton Neves (por Marcelo Rozenberg), Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte, Livro: Timão 100 anos – Celso Dario Unzelte – Editora Gutenberg, Livro: Seleção Brasileira 90 Anos – Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf.