“O sucesso não cai do céu”. Em reportagem na revista do Esporte número 269, o jovem goleiro Alberto revelou aos leitores os primeiros passos de sua caminhada até conquistar a camisa de titular do Grêmio.
Na década de 1960, seu papel foi determinante na sustentação da supremacia gremista no campeonato gaúcho. Contudo, sua trajetória foi castigada por uma renovação contratual cansativa, o que custou o seu afastamento do elenco!
Filho de Aquiles Silveira e Marlene da Silva Silveira, Alberto Silveira nasceu na cidade de Porto Alegre (RS), em 22 de dezembro de 1937, embora na mesma revista, seu nascimento apareça registrado no município de Canoas (RS).
Alto, com boa colocação e boa elasticidade, o promissor Alberto debutou para o futebol em 1958, nas fileiras do Nacional Atlético Clube de Porto Alegre (RS).
Na temporada seguinte, uma passagem pelo Football Club Rio-Grandense, para logo depois voltar ao mesmo Nacional. Em 1960, Alberto foi transferido para o Clube Esportivo Aimoré de São Leopoldo (RS), onde ganhou fama e despertou o interesse de várias equipes.
Em janeiro de 1963, os seus direitos foram negociados com o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, quando não demorou muito em ser escalado para substituir o titular Hemuty Henrique, que praticamente estava deixando o clube.
Um momento especial aconteceu nas semifinais da Taça Brasil de 1963 contra o Santos. Foram duas derrotas gremistas, uma no Olímpico por 3×1 e a outra no Pacaembu por 4×3.
Mas o tricolor gaúcho foi um adversário valoroso para o esquadrão paulista no Pacaembu, inclusive com Pelé precisando jogar no gol depois da expulsão do goleiro Gylmar. Abaixo, os registros do histórico confronto:
19 de janeiro de 1964 – Segunda partida – Semifinais da Taça Brasil de 1963 – Santos 4×3 Grêmio – Estádio do Pacaembu (SP) – Árbitro: Teodoro Nitti – Expulsão: Gylmar (goleiro do Santos) – Gols: Pelé (3) e Pepe para o Santos; Paulo Lumumba (2) e Marino para o Grêmio.
Santos: Gylmar; Dalmo, João Carlos (Joel Camargo), Haroldo e Geraldino; Zito e Lima; Batista, Coutinho, Pelé e Pepe. Grêmio: Alberto; Valério, Airton, Áureo e Ortunho; Cléo e Milton; Marino, Joãozinho, Paulo Lumumba e Vieira.
Pelo Grêmio, Alberto dividiu espaço com o companheiro Arlindo e trabalhou com treinadores reconhecidos; como o “capitão” Carlos Froner, Ênio Rodrigues e Sérgio Moacir.
Foi campeão gaúcho de 1963 até 1968, mesmo ano em que defendeu o escrete canarinho em duas partidas; vitória por 2×1 diante do México e um empate por 3×3 contra a Iugoslávia. Os dados foram publicados no livro “Seleção Brasileira 1914-2006”, dos autores Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf.
Cursando a faculdade de Direito, Alberto estava satisfeito no Grêmio. Era um dos nomes bem avaliados para brigar por um lugar na Copa do Mundo de 1970, no México.
Com o contrato terminando em 1969, uma boa renovação de seu vínculo com o Grêmio era fundamental para realizar o sonho de comprar um bom apartamento em Porto Alegre, uma Chácara em Canoas e um automóvel Simca.
“Lei do Passe, lei do cão”, esse foi o título do artigo publicado pela revista Placar em 28 de maio de 1971. Assim, Alberto sofreu um bocado e acabou encostado no Grêmio por quase um ano.
O guarda-metas pagou muito caro por pedir o que achava justo para fazer o seu trabalho. Com o peso da idade batendo na porta, Alberto foi salvo por uma proposta de empréstimo junto ao América (RJ).
Por duas temporadas, Alberto brilhou no cenário carioca para em seguida voltar ao Grêmio em 1972. Continuou o restante de sua árdua penitência gremista na suplência e nunca mais foi o mesmo!
(*) Algumas fontes apontam ainda uma passagem pelo Club Cerro Porteño do Paraguai, antes de encerrar definitivamente sua trajetória pelos gramados.
De acordo com o site Terceiro Tempo (Seção Que Fim Levou) do jornalista Milton Neves, Alberto continuou ligado ao futebol trabalhando em um projeto social da prefeitura.
Morador do bairro de Ipanema, em Porto Alegre, Alberto Silveira faleceu no dia 16 de novembro de 2012. O ex-goleiro estava internado no Hospital de Clínicas, onde sofreu de falência múltipla dos órgãos.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Basílio Calazans, Divino Fonseca, Fernando Pimentel e Raul Quadros), revista do Esporte, revista do Globo, revista do Grêmio, revista Grandes Clubes Brasileiros, revista História Ilustrada do Grêmio, Jornal dos Sports, Jornal O Globo, campeoesdofutebol.com.br, gazetaesportiva.com, gremio.net, site do Milton Neves, zh.clicrbs.com.br, Livro: Seleção Brasileira 1914-2006 – Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, albumefigurinhas.no.comunidades.net.